Clima seco pressiona preços de hortifrútis na Ceasa: quem paga a conta

hortifrútis afetados pelo clima seco

O clima seco vem se mostrando um vilão invisível no abastecimento de hortifrútis: frutas, verduras e legumes estão mais caros na Ceasa. A estiagem prolongada afeta desde o campo até a mesa do consumidor, gerando escassez, perdas na produção e impacto direto nos preços. Neste artigo, vamos entender por que isso acontece, quais produtos já sofrem mais, o que os produtores têm enfrentado — e como isso pode continuar afetando seu cardápio.


O impacto real da estiagem

Redução da oferta

Com semanas ou até meses sem chuvas suficientes, muitos produtores relatam que o solo está muito seco para germinar ou sustentar o crescimento ideal de plantas. Produtos sensíveis, como chuchu e vagem, sofrem bastante: caem tanto na produção que seus preços chegam a subir mais de 25% dentro de uma única semana.

Aumento de custos de cultivo

Para manter plantações vivas durante o clima seco, muitos agricultores precisaram recorrer a irrigação intensiva, o que representa gasto elevado com energia elétrica, combustível ou manutenção de bombas. Além disso, pragas e doenças se proliferam em condições de calor e seca, exigindo mais defensivos ou intervenções — outro custo que se reflete no preço final.

Produtos mais afetados

Legumes como chuchu, vagem macarrão, tomate-débora e abobrinha estão entre os que mais têm oscilado para cima. Por exemplo: o chuchu chegou a subir ~27,3% entre determinados períodos de análise. Verduras, em geral, mostraram estabilidade ou até quedas leves em alguns casos, pois muitos consumidores reduziram compras, quando os preços disparam, ou optam por alternativas mais baratas.


O que dizem os produtores e comerciantes

Produtores alegam que, sem chuvas regulares, culturas que dependem de umidade ficam comprometidas. Alguns relataram que nem conseguem semear ou plantar, pois a semente não germina ou morre. Hortas menores, que não têm infraestrutura de irrigação, são as mais prejudicadas.

Comerciantes, por sua vez, confirmam: o preço de caixas de certos legumes dobrou ou quase dobrou quando comparado ao “normal”. E quem compra no atacado — restaurantes, mercados — está levando menos quantidade por conta dos preços altos, o que também acaba comprometendo o abastecimento ao consumidor final.


Projeções e previsão climática

Segundo especialistas meteorológicos e instituições como a Embrapa, há previsão de que a estiagem deve persistir, com chuvas eventuais e irregulares. Embora haja expectativa de chuvas em determinados períodos, elas podem não ser suficientes para restabelecer totalmente a produção.

Clima seco e alternância entre eventos climáticos extremos — ondas de calor, umidade relativa baixa — tendem a se repetir, segundo projeções, o que significa que agricultores e consumidores devem se preparar para períodos prolongados de oferta reduzida ou preços elevados.


O que pode amenizar os efeitos

Investimento em irrigação e técnicas de conservação de solo

Agricultores que conseguem adotar sistemas de irrigação eficientes têm menos perdas. Técnicas como cobertura do solo, adubação orgânica, plantios em períodos mais adequados e uso de variedades mais resistentes à seca também ajudam.

Políticas de apoio

Apoio do governo, crédito rural, seguro agrícola e assistência técnica podem fazer diferença, especialmente para os pequenos produtores. Programas que ofereçam incentivos para infraestrutura (irrigação, estufas) ou que garantam mercados estáveis para os produtos ajudam a amortecer os impactos.

Planejamento do consumidor

Do lado de quem compra: ficar atento às ofertas, preferir produtos da estação ou variedades menos sensíveis à seca, variar o cardápio para incluir o que está mais barato. Essas ações ajudam a minimizar o impacto no orçamento familiar.


Consequências para o bolso do consumidor

Para quem vai ao supermercado ou feiras, o clima seco já é sentido no carrinho. Produtos que eram baratos ou instáveis viram picos de preço. Alguns consumidores têm reduzido o consumo de determinados hortifrutis ou comprado menos variedades. A esta altura, verduras folhosas, que murcham ou perdem qualidade com calor excessivo, tendem a ficar mais caras ou escassas.


Cenários futuros

Se a estiagem persistir, há risco de que preços continuem a subir ou que determinados produtos fiquem praticamente indisponíveis em algumas regiões. Em contrapartida, se chover com regularidade dentro de um padrão normal, a produção pode recuperar parte da oferta perdida — embora os custos extras já vividos não sejam “cancelados”.

Também há curiosidade em como mudanças de clima de longo prazo — por exemplo, aumento de temperaturas médias, padrões de chuva alterados — vão remodelar o setor hortifrutigranjeiro no Brasil.

Fonte: https://correio.rac.com.br/campinasermc/

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