Operação desmonta falsificação de bebidas em Campinas
Uma ação coordenada entre a Guarda Municipal de Campinas e a Polícia Civil desarticulou um sofisticado esquema de falsificação de bebidas instalado em um barracão no bairro Cidade Singer. Denúncias anônimas levaram os agentes até o local, onde se constatou que bebidas de baixo custo eram “disfarçadas” como marcas famosas por meio de adulteração de rótulos e tampas — prática que colocava em risco a saúde de consumidores da cidade e região.
Desde o primeiro momento da operação, ficou evidente que se tratava de um ponto clandestino de adulteração: foram encontradas 612 caixas, com total de 14.688 garrafas, prontas para distribuição. A estimativa da investigação aponta que a produção semanal daquele local chegava a 840 caixas, distribuídas em pelo menos dois caminhões.
Cinco pessoas, com idades entre 22 e 37 anos, foram detidas no local. Dentre elas, quatro já tinham antecedentes criminais. Segundo os acusados, o pagamento pelas caixas adulteradas era feito via PIX, num valor aproximado de R$ 3 por unidade falsificada. A logística envolvia a distribuição dessas bebidas adulteradas não somente em Campinas, mas também em municípios da região.
Como funcionava o esquema de falsificação
Local e modo de operação
O barracão funcionava como um “laboratório” de adulteração: tampas e rótulos eram removidos de bebidas comuns e aplicados a recipientes já consumidos, de aparência idêntica aos originais. O objetivo era criar a ilusão de produto premium, enganando o consumidor.
Alcance da produção e logística
Com uma capacidade semanal estimada em centenas de caixas, o esquema contava com veículos para distribuir o produto falsificado em rotas planejadas. As investigações apontam que a produção semanal ultrapassava a casa das 840 caixas.
Envolvidos e modus operandi financeiro
Os presos alegaram que recebiam pagamento por meio de PIX, sobre o valor de R$ 3 por caixa falsificada. A investigação procura agora identificar quem fornecia os insumos (rótulos, tampas, recipientes reutilizados) e qual era o destino final das bebidas adulteradas.
Desdobramentos da operação e proteção ao consumidor
O material apreendido foi encaminhado a uma empresa especializada, e o imóvel onde era feita a falsificação foi lacrado pela Polícia Civil. O caso foi registrado no Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC).
A comandante da Guarda Municipal, Maria de Lourdes Soares, destacou que o trabalho surgiu a partir de uma denúncia anônima e da atuação dos setores de inteligência da corporação. Ela enfatizou que ações semelhantes seguem em curso para coibir a falsificação de bebidas e outros produtos que prejudiquem o consumidor.
Prevenção e alertas
Dias antes da ação, em 30 de setembro, a Guarda Municipal promoveu treinamento voltado aos agentes para identificar sinais de bebidas adulteradas durante fiscalizações de rotina — uma medida preventiva diante dos casos recentes de intoxicação por metanol registrados no Brasil, frequentemente associados ao consumo de bebidas falsificadas.
Agências de defesa do consumidor, como o Procon, e órgãos de saúde alertaram comerciantes e consumidores para evitar a compra e venda de produtos suspeitos. Entre as recomendações, está: evitar negociar bebidas fora de canais formais e acompanhar características como lacres, rótulos, selos de garantia e procedência conhecida.
Riscos à saúde e consequências legais
A ingestão de bebidas adulteradas pode provocar intoxicação por metanol, uma substância altamente tóxica. Casos graves já foram registrados no país. O uso de produtos falsificados coloca em risco a integridade física dos consumidores.
Do ponto de vista legal, quem participa de esquemas como esse comete crimes contra a ordem econômica, contra o direito do consumidor e pode responder por falsificação e exposição à saúde pública. A investigação deve continuar até o elucidar de toda a cadeia de produção.
Conclusão: fiscalização, responsabilização e vigilância
A operação em Campinas evidencia o desafio constante de combater a falsificação de bebidas e proteger os consumidores de práticas enganosas. Essa ação bem-sucedida reforça a importância da cooperação entre diferentes instituições — municipal, civil, polícia — e do engajamento da população em denúncias responsáveis.
Enquanto órgãos como o Procon, vigilância sanitária e entidades de defesa do consumidor fortalecem a fiscalização, cabe aos consumidores permanecerem atentos. Verificar selos, lacres, origem e evitar ofertas muito abaixo do mercado são práticas fundamentais.
Só por meio da união entre fiscalização rigorosa, atuação eficiente das autoridades e consciência cidadã poderemos reduzir casos de adulteração e garantir um ambiente seguro para quem consome bebidas legalmente.
Procon e a Secretaria de Saúde, emitem comunicados para reforçar a importância da prevenção.
Fonte:
https://jornaldecampinas.com.brhttps://campinas.sp.gov.br