O clima político em Brasília voltou a esquentar. Nesta sexta-feira (15), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), encaminhou ao Conselho de Ética uma série de representações que podem mudar o rumo de alguns mandatos — entre eles, o do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, Eduardo é alvo de quatro pedidos de cassação por quebra de decoro parlamentar. As acusações giram em torno de sua atuação fora do país, especialmente nos Estados Unidos, onde teria defendido sanções econômicas contra o Brasil e suas autoridades. Para os partidos que protocolaram as denúncias — entre eles o PT e o PSOL —, essas ações representam uma afronta à soberania nacional e uma tentativa de intimidar membros do Judiciário, como o ministro Alexandre de Moraes, relator de processos ligados à tentativa de golpe em 2022.

Eduardo, por sua vez, afirma ser vítima de perseguição política. Segundo ele, qualquer revisão nas sanções dependeria de uma “anistia geral e irrestrita” aos envolvidos nos atos golpistas.

Além de Eduardo, outros dez parlamentares também foram citados em representações por quebra de decoro, incluindo nomes como André Janones, Guilherme Boulos, Kim Kataguiri e Lindbergh Farias. O Conselho de Ética agora terá a missão de avaliar cada caso e decidir se os processos seguirão adiante.

A movimentação reacende o debate sobre os limites da atuação parlamentar e o papel das instituições na defesa da democracia. O desfecho ainda é incerto, mas os próximos capítulos prometem ser intensos.