O que foi anunciado
Nesta segunda‑feira, 20 de outubro de 2025, a Petrobras anunciou uma redução do preço da gasolina vendida às distribuidoras no Brasil. A estatal comunicou que vai cortar 4,9% no valor da gasolina A, o combustível puro produzido nas refinarias antes da mistura com etanol.
Com o ajuste, o preço médio para as distribuidoras passará a ser cerca de R$ 2,71 por litro, o que representa uma queda de R$ 0,14 por litro.
O novo preço entra em vigor a partir de terça‑feira, 21 de outubro.
Por que essa medida?
Alinhamento com paridade e pressão do mercado
A Petrobras justificou a redução afirmando que vinha operando com valores acima da paridade de importação (PPI) da gasolina – ou seja, o preço doméstico da refinaria estava superior ao custo de importar o produto de fora.
Com o corte, o prêmio sobre a paridade caiu. Segundo estimativas, na semana anterior a empresa trabalhava com cerca de 8% acima da PPI.
Impactos acumulados e histórico recente
Este corte representa a segunda redução no ano para o combustível em questão. Em 2025, considerando os ajustes já realizados, a redução acumulada é de cerca de R$ 0,31 por litro ou 10,3% para as distribuidoras.
Desde dezembro de 2022, a estatal afirma que o preço da gasolina para as distribuidoras caiu R$ 0,36 por litro — o equivalente a uma queda de 22,4% quando ajustada pela inflação.
Vale destacar que o diesel, por ora, não sofrerá alteração com esta medida. A Petrobras manteve inalterado o preço médio para as distribuidoras desse combustível.
Repercussão esperada
Possível alívio para inflação de combustíveis
A redução do preço da gasolina pode oferecer um alívio para o índice de inflação no país, já que o combustível tem peso relevante no cálculo do IPCA e também afeta os custos de transporte.
No entanto, especialistas alertam que o repasse do corte para o consumidor final depende de múltiplos fatores, como mistura de etanol, impostos estaduais e margens de revenda — ou seja, só porque a refinaria reduziu o preço não significa que a bomba refletirá de imediato essa queda.
Setores afetados e dinâmica do mercado
As distribuidoras recebem a gasolina A da refinaria, adição do etanol, impostos e margens de revenda entram após essa etapa.
Postos de combustível e revendedores podem ou não repassar integralmente o corte, dependendo de custo logísticos e competitividade.
A concorrência com o etanol e importados também pode pressionar os preços a cobrar nos postos finais.
O que esperar para o consumidor
Embora seja uma boa notícia para o consumidor, é provável que a queda no valor da gasolina nas bombas ocorra de forma gradual — algumas regiões podem perceber antes e outras somente nas próximas semanas.
O tamanho da queda varia conforme o estado da mistura, tributos locais e competitividade. Portanto, não há garantia imediata de que a gasolina na bomba cairá exatamente 4,9%.
Contexto estratégico para a Petrobras
Ao promover esta redução do preço da gasolina, a Petrobras demonstra seguir uma política mais alinhada com o mercado externo e com a paridade de importação, o que pode evitar distorções de preços internos.
A política de preços da estatal vinha sob pressão desde que os valores no mercado interno ficaram acima da média de importação. Assim, o ajuste representa também ajuste estratégico em ambiente de maior transparência e responsabilidade com os acionistas e com o mercado.
Além disso, o movimento pode influenciar positivamente a imagem da empresa junto à sociedade, dado que o combustível é um item de forte visibilidade pública.
Resumo em pontos
A Petrobras anunciou corte de 4,9% no preço da gasolina A para distribuidoras, a vigorar a partir de 21/10/2025.
Preço médio ajustado: aproximadamente R$ 2,71 por litro (queda de R$ 0,14 por litro).
Movimento visa alinhar preços à paridade de importação (PPI).
É a segunda redução de 2025; desde dezembro de 2022 a queda acumulada é de cerca de 22,4% em termos reais.
Diesel permanece com preço inalterado por enquanto.
Repasse ao consumidor final dependerá de diversos fatores (mistura, impostos, revenda).
A medida pode oferecer algum alívio para a inflação, mas o impacto nas bombas será gradual.