Cometa 3I Atlas se aproxima do Sol, mas NASA descarta riscos

cometa 3I Atlas próximo do Sol
Foto: X / Space_PHD.

O espaço voltou a ser palco de um espetáculo raro: o cometa interestelar 3I Atlas está passando próximo ao Sol, em uma trajetória que chamou a atenção de astrônomos de todo o mundo. Apesar da beleza e da curiosidade científica, a aproximação também alimentou teorias alarmistas sobre uma suposta ameaça à Terra. A NASA, no entanto, foi categórica: não há risco algum de colisão.


O cometa 3I Atlas: um visitante de fora do sistema solar

Detectado pela primeira vez em julho de 2025, o 3I Atlas recebeu esse nome por ser o terceiro cometa interestelar já registrado pela humanidade — ou seja, um corpo celeste que não nasceu no nosso sistema solar.

Ele foi identificado quando cruzava a órbita de Marte e, desde então, vem sendo observado de perto por telescópios e sondas espaciais.

O “I” de seu nome significa “interestelar”, um indicativo de sua origem exótica. Ao contrário dos cometas comuns, que giram ao redor do Sol em órbitas elípticas, o 3I Atlas viaja em linha aberta pelo espaço interestelar, vindo de regiões distantes e desconhecidas da galáxia.


Um espetáculo astronômico sem perigo para a Terra

De acordo com os cálculos da NASA, o 3I Atlas atingiu seu ponto de maior aproximação do Sol — conhecido como periélio — em 30 de outubro de 2025. Mesmo nesse momento, a distância entre o cometa e o nosso planeta era de mais de 210 milhões de quilômetros, o que representa 1,4 vez a distância entre a Terra e o Sol.

A agência norte-americana reafirmou que não há chance de colisão, e que a passagem do cometa é um fenômeno puramente observacional.

“O 3I Atlas é um corpo natural, composto de gelo e poeira, seguindo uma rota previsível e segura”, afirmou a NASA em comunicado oficial. “Seu estudo nos ajuda a compreender melhor a formação de sistemas planetários.”


Entenda por que ele é tão especial

Os cometas são compostos por gelo, poeira e compostos orgânicos. Quando se aproximam do Sol, parte do gelo evapora e cria uma cauda brilhante de gás e poeira, visível até mesmo a milhões de quilômetros de distância.

O 3I Atlas é especialmente interessante para os astrônomos porque sua composição pode revelar informações sobre regiões da galáxia nunca exploradas. Ele se junta a uma lista exclusiva de visitantes interestelares, como o ʻOumuamua (1I/2017 U1) e o 2I/Borisov, detectados em 2017 e 2019, respectivamente.

“Cada cometa interestelar é uma cápsula do tempo, contendo pistas sobre a formação de outros sistemas estelares”, explicou a astrônoma Karen Meech, da Universidade do Havaí. “O 3I Atlas pode nos ajudar a entender como o gelo e os compostos orgânicos se distribuem pelo universo.”


Fake news e teorias do “fim do mundo”

Como em outros eventos astronômicos recentes, o 3I Atlas se tornou alvo de desinformação nas redes sociais. Vídeos e postagens sensacionalistas sugerem, sem base científica, que o cometa estaria em rota de colisão com a Terra ou poderia provocar explosões atmosféricas devastadoras.

Alguns perfis chegaram a afirmar que o 3I Atlas seria uma nave alienígena disfarçada, ou que governos estariam escondendo informações sobre o impacto iminente. Nenhuma dessas alegações tem fundamento.

A astrofísica Mirian Castejon Molina, do Planetário do Ibirapuera, explicou que a órbita do cometa é bem conhecida e rastreada:

“O 3I Atlas está muito distante. Ele jamais se aproximará o suficiente para representar qualquer perigo. É um objeto natural, e seu comportamento é totalmente previsível.”


A importância do monitoramento da NASA

O rastreamento de objetos próximos da Terra é uma das funções do Escritório de Coordenação de Defesa Planetária da NASA. Esse setor monitora continuamente asteroides, cometas e detritos espaciais para identificar possíveis ameaças futuras.

A agência mantém um banco de dados público, o Center for Near-Earth Object Studies (CNEOS), onde qualquer pessoa pode consultar previsões e trajetórias de corpos celestes. Até o momento, nenhum risco significativo foi detectado.

“Com tecnologia avançada e observatórios espalhados pelo mundo, conseguimos prever com precisão o movimento de objetos como o 3I Atlas”, reforçou Molina. “Estamos seguros.”


Curiosidades sobre o 3I Atlas

  • Descoberto: julho de 2025

  • Origem: fora do sistema solar (interestelar)

  • Distância mínima da Terra: ~210 milhões de km

  • Distância máxima (em dezembro): ~270 milhões de km

  • Velocidade estimada: cerca de 87 mil km/h

  • Composição: gelo, poeira e compostos orgânicos

  • Primeira observação: sondas da Agência Espacial Europeia (ESA)

Esses dados reforçam que, embora espetacular, a passagem do 3I Atlas é um evento completamente seguro e previsível.


O que a passagem do 3I Atlas pode nos ensinar

Para os cientistas, o maior valor do 3I Atlas está no conhecimento que ele pode gerar. Por ter origem fora do sistema solar, seu estudo ajuda a comparar a composição química de cometas interestelares e locais, ampliando nossa compreensão sobre a formação do universo.

A análise de sua cauda e de seus gases pode indicar como os blocos fundamentais da vida — como carbono e metano — se formam e se distribuem entre as estrelas.


O veredito final: um visitante distante e inofensivo

Em meio a tantas teorias conspiratórias, uma coisa é certa: o cometa 3I Atlas não representa qualquer ameaça à Terra. Ele é apenas mais um visitante cósmico cruzando o sistema solar antes de retornar ao espaço profundo.

“É uma oportunidade única para observar um objeto vindo de outra estrela”, concluiu Molina. “Devemos admirar a beleza e o mistério do universo — e não temê-lo.”

Fonte: https://www.gizmodo.com.br/

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