Resumo do incidente
Na manhã de domingo, 19 de outubro de 2025, o Museu do Louvre, em Paris, foi alvo de um audacioso roubo no Louvre. Um grupo de ao menos quatro homens mascarados invadiu o prédio por volta das 9h30 (horário local), aproximadamente 30 minutos após a abertura ao público, e em apenas seis a sete minutos retirou várias peças da Coleção das Jóias da Coroa Francesa, expostas na Galeria de Apolo.
Nenhuma pessoa ficou ferida, e não houve registro de violência com armas de fogo.
A ação levou ao fechamento imediato do museu, considerada uma interrupção excepcional de uma instituição que recebe cerca de 9 milhões de visitantes por ano.
Como o assalto aconteceu
Plano e execução
As primeiras análises apontam que os autores do roubo no Louvre haviam feito reconhecimento prévio do local e aproveitaram obras em andamento em uma das fachadas voltadas para o rio Sena. Segundo testemunhas e investigação inicial, os ladrões utilizaram um guindaste acoplado a um caminhão ou plataforma elevatória para alcançar uma janela do andar superior da Galeria de Apolo.
Em seguida, quebraram a janela e arrombaram vitrines para subtrair as peças. O deslocamento de saída aconteceu em motos, com os comparsas aguardando no lado externo.
Relatos de visitantes confirmaram forte barulho antes da evacuação. Uma brasileira que presenciou o fato relatou ter ouvido “pancadas bem alto” e, logo em seguida, foi orientada por funcionária a sair correndo da sala.
Correio Braziliense
O que foi subtraído — e o que ficou
Conforme comunicado do Ministério Público de Paris, foram alvo de roubo nove peças, mas uma delas foi recuperada no dia do crime — trata‑se da coroa da imperatriz Eugénia (esposa de Napoleão III), composta por 1.354 diamantes e 56 esmeraldas.
Outros itens ainda desaparecidos incluem:
uma coroa com safiras e quase 2.000 diamantes;
um colar com oito safiras do Sri Lanka e mais de 600 diamantes, pertencente à rainha consorte Maria Amélia;
colar e brincos da imperatriz Maria Luísa (segunda esposa de Napoleão Bonaparte), com 32 esmeraldas e 1.138 diamantes;
um broche com 2.634 diamantes, também da imperatriz Eugénia, adquirido pelo museu em 2008 por cerca de € 6,72 milhões.
Curiosamente, a peça mais valiosa da coleção, o diamante Regent, de 140 quilates e avaliado em torno de US$ 60 milhões, não foi alvo dos ladrões.
Impactos imediatos
Em consequência do roubo, o museu mais visitado do mundo — relembrando que em 2024 registrou cerca de 8,7 milhões de visitantes — ficou fechado no dia do incidente para permitir investigação e avaliação de danos.
Reuters
A ministra da Cultura francesa, Rachida Dati, declarou que ninguém se feriu durante o crime e que as equipes da instituição e da polícia estavam mobilizadas no local.
Já o ministro do Interior, Laurent Nuñez, admitiu que o incidente expôs vulnerabilidades graves na segurança dos museus e afirmou que o crime foi “muito profissional”.
Para o público visitante, o clima de tensão foi real: relatos de evacuação rápida, vias isoladas e portões fechados na entrada do museu rondaram o episódio.
As linhas de investigação
Os investigadores franceses trataram o roubo no Louvre como crime de alta complexidade e já atribuíram a apuração a unidade especializada em roubos de alto perfil.
Reuters
Duas hipóteses se destacam:
Encomenda ou colecionador particular: peças de tal valor poderiam ter sido roubadas para servir a um comprador específico e não diretamente para revenda pública.
Crime organizado e lavagem de dinheiro: há indícios de que as joias poderiam ser utilizadas como meio para lavar dinheiro de origem ilegal, como tráfico, dada sua liquidez e valor histórico.
Autoridades reconhecem que o histórico do museu de Paris inclui outros casos de vulnerabilidade e que o alerta para maiores investimentos em segurança havia sido feito anteriormente.
Contexto histórico e legado
O Museu do Louvre ocupa uma posição singular no mundo como símbolo de cultura e arte. Fundado oficialmente em 1793, o museu abriga mais de 33 mil obras de diferentes civilizações e é o mais visitado globalmente.
No entanto, esse não é o primeiro episódio de roubo ou furto entre seus corredores. Em 1911 a célebre pintura Mona Lisa foi roubada, o que já expôs fragilidades sérias de segurança.
O novo incidente sublinha que mesmo instituições centenárias e de perfil elevado não estão imunes a crimes ousados. Além disso, levanta questões sobre quais investimentos são prioritários para a proteção do patrimônio cultural em um mundo onde o crime transnacional se sofisticou.
Por que o caso do *roubo no Louvre* chama tanta atenção?
Símbolo mundial: O museu não é apenas uma atração turística, mas uma das instituições-chave da herança cultural da humanidade. Um assalto desta natureza atinge não só a França, mas todo o sistema global de preservação da arte.
Valor histórico e monetário: As peças roubadas pertencem à monarquia francesa e são insubstituíveis do ponto de vista cultural — além do valor estimado que ultrapassa facilmente dezenas de milhões de euros.
Tempo de ação: A rapidez com que o crime foi executado — em cerca de sete minutos — mostra nível de preparo e audácia raros em assaltos a museus.
Falha de segurança evidente: O uso de equipamentos de elevação, acesso pela fachada lateral, aproveitamento de obras em curso e fuga em motos indicam que os dispositivos tradicionais de segurança falharam ou foram contornados.
Impacto institucional: O fechamento do museu, evacuação de visitantes, paralisação de visitas e impacto na imagem da instituição são consequências diretas.
O que vem a seguir?
A investigação deverá apurar não apenas a identificação dos autores materiais, mas também eventuais facilitadores internos ou externos, como funcionários ou empresas de manutenção.
O museu e o governo francês já anunciaram que planejam reforçar os planos de segurança e realizar auditorias de rotina em instalações estratégicas.
Do ponto de vista do patrimônio cultural, esse episódio pode gerar uma revisão global sobre protocolos de segurança em museus de alto perfil.
Para o público e o turismo, o incidente pode afetar a percepção de segurança, forçando os gestores a repensar acessos, ingressos e níveis de interação com as obras.
Fonte:
Correio Braziliense
GazetaWeb
Reuters